No mundo das finanças corporativas, a decisão entre priorizar o crescimento ou o retorno sobre o capital investido (ROIC) é fundamental. Esta escolha estratégica, discutida por Bin Jiang e Timothy Koller, afeta diretamente a criação de valor e a sustentabilidade de longo prazo das empresas.
Na análise que resultou no artigo “How to choose between growth and ROIC”, publicado pela McKinsey, Jiang e Koller selecionaram empresas dos Estados Unidos com uma capitalização de mercado superior a US$ 2 bilhões em 1995, e que já estavam listadas há pelo menos uma década.
Ao examinar o desempenho dessas empresas em termos de crescimento e ROIC na década seguinte, os autores identificaram padrões claros na interação entre esses dois indicadores.
O retorno sobre o capital investido
O ROIC é um indicador financeiro crítico, que reflete a eficiência com que uma empresa gera lucro a partir do capital investido. Um ROIC elevado indica que a empresa está utilizando seu capital de forma eficaz, gerando retornos substanciais sobre os investimentos realizados. Essa eficiência é particularmente relevante em ambientes competitivos, nos quais a capacidade de gerar lucro a partir de recursos limitados pode ser um diferenciador chave.
O ROIC também pode variar significativamente entre diferentes indústrias, refletindo a diversidade de barreiras competitivas e estruturas de mercado.
ROIC vs. crescimento de receita
O equilíbrio entre ROIC e receita e algo que desafia o dia a dia da gestão das companhias pois muitas vezes a busca por um indicador afeta o resultado do outro.
No estudo em questão, os autores concluíram que o ROIC parece ser o principal driver de geração de valor para os acionistas.
Empresas de baixo ROIC, por outro lado gerarão pouco valor mesmo que acelerem muito o crescimento.
“It’s OK to shrink to grow”: não há problema em encolher para crescer caso o objetivo da companhia seja melhorar os ROICs, de acordo com o artigo “The tem rules of growth”, publicado pela McKinsey em 2022. Em vez de buscar um crescimento constante a todo custo, as empresas podem optar por uma abordagem de “poda estratégica”. Isso envolve desinvestir em partes do portfólio de crescimento lento, e realocar os recursos para áreas mais promissoras.
Conforme demonstrado no artigo de Jiang e Koller, empresas que aplicaram essa estratégia obtiveram êxito em gerar retornos significativamente superior em comparação àquelas que buscaram crescimento de forma inconsistente ou por meio de grandes aquisições.
Para empresas com um ROIC excepcionalmente alto, pode ser prudente aceitar uma redução temporária no ROIC para buscar oportunidades de crescimento significativas. Afinal, o potencial de aumento da participação de mercado e de receitas pode, a longo prazo, resultar em retornos ainda maiores sobre o capital investido.
Por outro lado, empresas com um ROIC baixo podem precisar priorizar o foco sobre o aprimoramento de sua eficiência e rentabilidade, antes de buscar uma expansão agressiva.
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